quinta-feira

droga viva

Eles estão ladeados lá fora
Por resíduos sempre interiores Sou um asilo manipulador
Cheios de Chagas cirúrgicas
Que os protege no vazio Crespo Sou uma droga viva, doutrinal Não deixo ninguém sozinho
Com o sem cérebro condutor Sim, sou uma droga viva
E alterei o corrimento deles Abrindo-lhes os meus braços Roubei-lhes o defluxo próprio Com a minha generosidade
E porquê? Porquê comover os que ensombram ilusões com vidas emérita de paz?
Porquê alimentá-los com nuvens Que nunca param em juízo
Só eles sabem, mais ninguém Agora eles estão aqui comigo
Não me podem superar
Sinto-me completo, advertido
E dedicou-lhes o meu amor
Sobre o extermínio da vontade Sim, sou uma droga viva
que consome tudo e ao mesmo tempo nada.

égide lunar

A égide da lua

Vive licencioso na lua
Entresilhado como nunca Mas sempre feliz e só
(jamais o veremos de volta)
Vive num entresseio qualquer Sempre com aprumo
Já foi um homem dissimulado
Já teorizou artificialmente
Mas hoje vive no luar
Sempre livre, flutuante
E venera um deus morto
Um deus telúrico...

feito de nada

Sou de nada feito e sigo-vos a todos, em partículas...

Preencho-vos o destino! Vivo em todo o lado, tentando fugir daqui... Sou um pedaço tribal, um nada gratuito...

Todos precisam de mim para os alimentar de nada...
E eu rodeio-vos sem forma, sem partículas, sem nada!